Volta Miúda
Os quilombolas são parte importante da cultura brasileira e por vezes desconhecidos de muitas pessoas. Talvez por isso, apesar da riqueza cultural, as dificuldades enfrentadas para preservação são imensas. Há grandes líderes que lutam fortemente para que a tradição nunca se perca. Em Volta Miúda a Associação a cada ano vem crescendo e fortalecendo mais os laços de amizade com outras comunidades quilombolas.
Na legislação colonial, era chamado de quilombo qualquer grupo de mais de cinco pessoas negras encontradas juntas e alocadas em qualquer sítio que dispusesse de um pilão (o que indicava autonomia de subsistência) e que não comprovassem sua situação de livres ou libertos.
EVENTOS
A Associação Quilombola de Volta Miúda realiza a cada ano uma ilustre confraternização com o intuito de reunir quilombos de várias regiões e os filhos nativos da própria Volta Miúda, por meio da celebração de conquistas, da contemplação de músicas e danças tradicionais e, principalmente, do fortalecimento da identidade quilombola e da sua resistência.
A confraternização teve seu início há dez anos, em 2009. A data escolhida, 22 de dezembro, busca permitir a participação e envolvimento da maior parte da comunidade. Nativos de todas as idades que moram em outras regiões retornam à comunidade de Volta Miúda para deslumbrar-se de um evento caloroso com amigos e familiares. Dentre as famílias presentes na confraternização estão Família Leocádio, Família Brasílios, Família Serafim, Família João Júlio, Família Joaquim, Família Tonhão, Família José Lúcio, Família Jom João, Família José Ricardo, Família Gonçalo, Família Carloman, Família José Gustavo, Família João Sérgio, dentre outras.
Inicialmente, cada membro da comunidade contribuía com o que estivesse ao seu alcance e, assim, havia uma apresentação de samba para a comunidade. Na confraternização de 2018, um grande almoço possibilitou o encontro de representantes dos quilombolas de Helvécia e, ainda, permitiu a presença de um filho da Terra, Mestre Jamaica, com sua esposa, Amanda Romukudo, que residem nos Estados Unidos e enaltecem o conhecimento acerca de sua cultura por meio da Academia Volta Miúda. Com o crescimento e valorização, a confraternização atingiu proporções maiores, atraiu outros povoados, visitantes e convidados que são da região do Extremo Sul da Bahia e, dessa forma, o resgate de raízes e culturas acontece anualmente desde então.