Ribulsar- cobrir;
Defrúcio- gripe;
Gamela- homem velho com menina nova;
Camuca- pouco tempo;
Bangue- feito para carregar barro;
Salvar- saldar;
Botija de barro: usada para cozinhar, coar café, carregar água para roça;
Tamanco: sapato;
Banguê de barro: feito de bambu para carregar os barros, encostar os barros na parede;
Cambuca ou cabaça: vasilha;
Cuia: apenas a mãe e o pai comiam na cuia;
Sinhô: senhor;
Sinhá: senhora;
Fincão: mandioca plantada (fincada) na terra;
Coitê: cuia de coco.
Característica cultural linguística:
Troca do V pelo B
Ex.: Pegar a bassora pra barrer.
Acrescentar o N
Ex.: Vou na ingreja.
Ex.: Pega o manchado.
Ex.: Inguinorar
Acrescentar o I
Ex.: Quando é a reinião?
Trocar o E pelo I e vise versa
Ex.: Vindia
Ex.: Sabiria
Ex.: Homi
Ex.: Previlégio
Jovis
Oreia
Nué
Dificulidade
Apelide
Larenja
Epistemologia
Frequentar a escola têm sido motivo de luta para moradores do quilombo Volta Miúda, a comunidade oferece um ensino básico multisseriado, a qual os moradores têm acesso ao ensino fundamental do 1º ao 5º ano, para dar continuação aos estudos, os estudantes precisam se locomover do quilombo à Juerana, por meio do transporte escolar que eventualmente não se encontra em bom estado, devido a sua qualidade, essa situação vem gerando bastantes transtornos para a vida escolar, prejudicando o acesso dos estudantes à escola. Apesar de todas essas dificuldades, os moradores de Volta Miúda têm conseguido alcançar o ensino superior e técnico, atualmente a comunidade possui quatros moradores com curso técnico e dois com curso superior em direito e pedagogia.
Para Camila, aluna do ensino médio, o preconceito linguístico é mais comum em sala de aula por parte dos colegas de classe, muitos já corrigiram seu modo de falar, e essa diferença na fala fica mais evidente por viver no quilombo de Volta Miúda, assim como ela diz não conhecer algumas das palavras que eles falam, seus colegas também não entendem algumas de suas palavras que aprendeu por viver no quilombo.
Clébio, técnico em edificações, diz: “É comum quando você sai de uma comunidade rural e vai estudar na zona urbana e essa situação gerar algumas críticas, “é o da roça”, mas interessante, quando começa a conversar a respeito do campo eles não possuem entendimento nenhum, tenho conhecimento de que é um privilégio que nós temos da zona rural de estudar na zona urbana, ter acesso e conhecer a capital e ao mesmo tempo conhecer o que é aqui, ter suas raízes na zona rural. Fiz cursos técnicos em edificações no Espírito Santo, mas as críticas que recebia era por ser baiano, não tanto por ser da zona rural. Quando você começa a falar sobre o campo muitos ficam surpresos mesmo toda a alimentação deles sendo do campo. Até uma certa idade eu sentia vergonha, mas hoje percebo que é bobagem, até aconselho meu sobrinho, com 13 anos de idade e está sofrendo bullying na escola pelos colegas da cidade ”.